A ressignificação do R5
Eduardo Rocha
A ressignificação do R5

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Renault 5 E-Tech, releitura do clássico dos anos 1970, é eficiente e carismático

por Claudio Soranzo

Infomotori.com/Itália

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Renault 5 E-Tech é simpático. E a versão elétrica retrofuturista chamou muito, mas muita atenção por onde passou nas ruas de Nica, no Sul da França. Até porque tem uma grande história por aqui. Mas, além do lado estético, que é sempre discutível, o que mais importa no novo Renault 5 E-Tech Electric são os conteúdos, realmente muitos, que a fabricante francesa conseguiu incluir neste novo carro, que certamente ganhará muitos adeptos.

Em memória às glórias do antigo Renault 5, poderia se esperar uma compacto com dinâmica vigorosa, – como a apresentada pelo velho R5 Turbo, um modelo marcadamente jovem e energético. Pode ser que uma versão equivalente venha no futuro, mas por enquanto o novo R5 E-Tech oferece até acelerações rápidas, típicas de um modelo elétrico/tecnológico. Mas não a ponto de reviver o ícone do hatch lançado há 52 anos, em 1972, que fez sucesso e imediato e foi comprado por mais de 9 milhões de consumidores em seus 24 anos de mercado.

O modelo se apoia em uma nova plataforma dedicada exclusivamente a veículos elétricos, para alojar as baterias o mais baixo possível para utilizar um centro de gravidade muito adequado às necessidades do novo carro. Com uma arquitetura mais compacta e leve, três ofertas de motores são acomodadas: 70, 90 e 110 kW – respectivamente, 95, 122 e 150 cv. O botão circular de modos de condução, chamado de multisense, está muito bem posicionado no lado direito do volante. E é muito prático para alterar instantaneamente os modos de condução: Comfort, Eco, Sport e Personalizado. A bateria tem capacidade de 52 kWh, com autonomia de 410 km no ciclo WLTP – aproximadamente 290 km nos padrões do Inmetro.

Na apresentação europeia, o R5 E-Tech foi definido como um carro para usar, leve e acessível. Isso também por conta dos preços competitivos, pelo menos das versões com potências mais baixas, além da chegada do nível de entrada em cerca de 25 mil euros – R$ 153 mil numa conversão direta. O modelo conta com recursos bem desejáveis em elétricos, como One Pedal, para parar sem tocar no freio, e as pás no volante para controlar a intensidade do um sistema de frenagem regenerativa. Esses mecanismos não só contribuem para a eficiência energética como também dá um maior controle sobre a dinâmica do modelo.

Já a suspensão não tem nada de revolucionário. O R5 E-Tech adota a mesma dianteira do Clio, enquanto na traseira há o sistema multilink, justamente para controlar melhor o maior peso da bateria. O porta-malas, com 277 litros, é bem típico para o segmento, enquanto a segunda fila de bancos não é adequada nem para pessoas altas e nem para um terceiro passageiro, que pode até se encaixar, mas com sacrifício. O que acontece é que a bateria fica exatamente sob o assento traseiro, que por isso fica bem elevado. Isso apenas da boa altura total do modelo, em torno de 1,50 metro. O comprimento é de 3,92 metros, 13 cm a menos que o Clio, enquanto a distância entre-eixos fica em 2,54 metros.

Atenção especial também deve ser dada ao consumo, que é bastante baixo: para o percurso misto de 114 km realizado, com trechos em cidade, autoestrada, subidas e ainda o uso do modo Sport, registramos um consumo médio de 8 km/kWh, um ritmo que permitiria rodar até 416 km. Por fim, o resfriamento do motor elétrico e das baterias é líquido e o carregamento plug-in de 15 a 80% da carga é feito com corrente contínua em 30 minutos.

Se for programada a recarga através do aplicativo de bordo, a bateria será aquecida antes de chegar à estação de carregamento, o que agiliza o processo. Ele é equipado com todos os ADAS disponíveis e todas as aplicações de controle e segurança estão localizadas no display central. Por dentro, a única falha notável é o fato de a coluna dianteira ser volumosa demais, o que atrapalha a visibilidade. Já o isolamento acústico merece aplausos.

Impressões ao dirigir

De volta para o futuro

Depois de 28 anos do último R5 produzido, este verdadeiro ícone pop reencarnou com vocação urbana, mesmo que possa muito bem correr em vias expressas, colinas e em uma estrada íngreme, cheia de curvas contínuas, nos arredores da Riviera Francesa, onde foi avaliado nessa apresentação. O modelo contava com a motorização mais forte, de 110 kW, ou 150 cv, com 25 kgfm de torque instantâneo, mais que suficiente para animar o compacto de 1.449 kg. Mas é bom salientar que o modelo de 25 mil euros é o menos potente e despojado. O top avaliado sai a 35 mil euros, ou cerca de R$ 270 mil.

Com rodas e pneus de 18 polegadas, certamente não usuais em um carro elétrico desse porte, o R5 E-Tech se comporta muito bem, esgueirando-se pelo sinuoso percurso, demonstrando também excelentes qualidades dinâmicas e, ao mesmo tempo, conforto. Porém, nesse ponto, para maior diversão, é necessário acionar o modo Sport, que oferece um desempenho mais agressivo, através do motor elétrico de progressão rápida e incisiva de potência.

Um indicador luminoso no capô, que acende com o número 5 dividido formado por traços, dão a indicação correta de consumo e autonomia restante. As luzes traseiras também são muito adequadas, um verdadeiro objeto de design que também facilita a aerodinâmica do carro. No interior estão dois ecrãs de 10 polegadas e bancos com 20% de material reciclado, a possibilidade de até 200 combinações de personalização.

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